"ÁRVORE NEGRA"
Árvore de um país de tempestades,
Nas cordilheiras trágicas da Vida,
Tenho as raízes entre a rocha, a erguida
A fronte às nuvens das imensidades...
Rangem meus ramos negros, à investida
Das procelas de torvas claridades,
Quando, ó Destino, os céus em luz invades,
E ardo num luar de sangue submergida...
E, ao beijo dos relâmpagos, estendo
Os braços nus, em comoções violentas,
Vendo as folhas rolar no espaço horrendo,
Sem uma asa em meus galhos sofredores,
Sem um riso de flor, porque as tormentas
Passam despedaçando as minhas flores...
(Moacir de Almeida -1901-1924)
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