quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Afonso Estebanez





AFONSO ESTEBANEZ STAEL (A. Estebanez), advogado, poeta, jornalista e escritor fluminense, é verbete na “Enciclopédia de Literatura Brasileira” (vol. 1, pág. 562, 1990), composta pela Oficina Literária Afrânio Coutinho (OLAC), organizada por Francisco Igrejas e editada pelo Ministério da Educação e Cultura e Fundação de Assistência ao Estudante do Rio de Janeiro, e apontado também como verbete da literatura brasileira no “Dicionário de Poetas Contemporâneos”, organizado por Francisco Igrejas e editado por Oficina Letras & Artes, 2ª Edição, 1991 (págs. 25/26).

Nasceuem 30 de outubro de 1943 no ambiente agreste do município de Cantagalo, Estado do Rio de Janeiro, filho de Manoel Stael e de Francisca Estebanez Stael, descendentes de ancestrais ciganos emigrados para a Espanha e de alemães de origem judaica radicados nas regiões agrícolas da Bélgica, que posteriormente imigraram para o Brasil, entre 1860 e 1930. Ensino secundário no Seminário Arquidiocesano do Rio de Janeiro (56/62) e superior nas Faculdades de Direito e de Filosofia, Ciências e Letras da UFF em Niterói (65/70). Finalista nos 1º, 2º e 3º Torneios Nacionais da Poesia Falada patrocinado pela Secretaria de Educação e Cultura do Estado do Rio de Janeiro (68/69/70). Vencedor do Primeiro Concurso Estadual de Poesia do Advogado Fluminense (87). Exerceu a advocacia desde 68 e ocupou o cargo de Oficial de Justiça Avaliador do TRT da 1ª Região (93), aposentando-se quando lotado na Vara do Trabalho de Cordeiro (99), por cuja instalação lutou como Secretário Geral de Administração daquele município (92), onde se destacou como um dos fundadores da 45ª Subseção da OAB/RJ.

Tem obras publicadas em livros, jornais e revistas. Recentemente, concorrendo com o poema “O Último Dia de Trabalho do Pôr-do-sol no Mar” e com a crônica “Trabalho como Escrevente de Pequenos Príncipes”, o biografado venceu, em julho de 2007, o Primeiro Concurso Interno de Literatura do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT- Rio), nas duas categorias (prosa e verso), com premiação em obras literárias famosas oferecidas pela Academia Brasileira de Letras (ABL).

Endereços:
Blogspot de Afonso Estebanez
http://amagiadaexpressaoliteraria.blogspot.com/

Poética Digital
http://poeticadigital.ning.com/profile/AfonsoEstebanezStael

Beco dos Poetas e Escritores
http://literaturaperiferica.ning.com/profile/AfonsoEstebanezStael

Blogspot de Afonso Estebanez - Homenagem de Kênia Bastos
http://afonsoestebanez.blogspot.com/

Blogspot de Memória Fotobiográfica de Afonso Estebanez - Homenagem de Kênia Bastos
http://afonsoestebanezmemoriafotobiografica.blogspot.com/

Afonso Estebanez - Homenagem de Maria Madalena Schuck
http://spleenbored-minhaspoesiasfavoritas.blogspot.com/

Academia Brasileira de Poesia - site oficial
http://www.rauldeleoni.org/
Site Pessoal:
http://www.rauldeleoni.org/academico_correspondente_afonso_estebanez.html

Vitrine Literária da Academia Brasileira de Poesia
http://www.rauldeleoni.org/vitrine_literaria.html

Poetas del Mundo
http://www.poetasdelmundo.com/verinfo_america.asp?id=4085

Alma de Poeta
www.almadepoeta.com/afonsoestebanezstael.htm
http://www.almadepoeta.com/poetas3x4a.htm
http://www.almadepoeta.com/afonso_estebanez_stael.htm

Poesia Ibero-Americana
www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/rio_de_janeiro/afonso_estebames.html

Afonso Estebanez - Prêmios 2007 - Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro-RJ (TRT-Rio)www.trtrio.gov.br/comunicacao/noticias/literatura0108.htm www.trtrio.gov.br/comunicacao/noticias/literaturaresult.htm

Afonso Estebanez - Filho Ilustre de Cantagalo-RJ
www.cantagalo.rj.gov.br/filhos.htm

Afonso Estebanez em "O Rebate" - Homenagem da poetisa Marta Peres
orebate-martaperes.blogspot.com/2008/03/poeta-afonso-estebanez-stael_10.html
orebate-martaperes.blogspot.com/2008/03/sonetos-poeta-afonso-estebanez.html
http://orebate-martaperes.blogspot.com/2008/10/poeta-afonso-estebanez-e-as-rosas-de.html

A. Estebanez em "O Rebate" - homenagem da poetisa Sandra Almeida - almadepoeta
orebate-sandradealmeida.blogspot.com/2008/04/quem-afonso-estebanez-stael.html

A. Estebanez em "O Rebate" - homenagem da poetisa Sandra Almeida - almadepoeta
orebate-sandradealmeida.blogspot.com/2008/04/quem-afonso-estebanez-stael_6298.html

Recanto das Letras
http://recantodasletras.uol.com.br/autores/estebanez




P.S.: Minha Homenagem esta semana é para Meu Poeta e Amigo Estebanez.
Agradeço por deixar fazer parte de sua vida.
Graciela da Cunha

Buraco Negro


Buraco Negro
Ser meu amor e amante
ser volúpias de meu ser
ser o lado mais distante
de meus lados de viver.

Ser o morto ainda vivo
e estar vivo sem querer
o querer morrer cativos
em ser preciso morrer.

Ser operários sem lida
os contrários do galope
no vão do meio da vida
ou na beirada da morte.

Buraco negro do amor
sem nenhum alvorecer
como a flor a flor a flor
de Hiroshima renascer.

Ser esse fundo do poço
um chão seco de jardim
até que o meu alvoroço
não suporte nem a mim...
(A. Estebanez)

(Falado em 21/03/2008 no Calçadão de Ipanema em encontro de escritores do grupo Alma de Poeta do Rio de Janeiro)

Boa noite meu amor...


Boa noite meu amor...
Boa noite, meu amor!
O mar acalma na brisa
essa é a hora de voltar...
A brisa acalmar o vento
os sonhos o pensamento
que não cessa de gritar
nessa noite numerosa
entre as ondas sinuosas
dos caminhos do luar...

Boa noite, meu amor!
Sem os muros dos rochedos
sem nenhum setembro negros
em mistérios nem segredos
sem os medos de voltar...

Boa noite, meu amor!
É destino o amanhecer
para a noite descansar...
Bom sonhar enquanto é tempo
bom de morrer ao relento
bom de renascer no mar...

[A. Estebanez ]

UMA ROSA NA MESA...


UMA ROSA NA MESA...
Não sei qual palavra murmura
no aroma de brisa que exala
o vulto noturno que mora
no sopro da voz que me fala.

Se quero escutar já não ouço,
etéreo contorno se apaga...
É chama de luz que me acalma
na palma da mão que me afaga.

Pressinto seus passos roçando
meus pés no silêncio da sala...
Respondo o que em vão me pergunta.
Pergunto, mas ele se cala...

Não pode ser pranto o que chora
nem pena o destino em que vaga,
se o pranto que chora é por mim
se é minha essa pena que paga.

E sopra e suspira e me abraça
e ri nos cristais com leveza...
Depois vai embora na brisa
deixando uma rosa na mesa!...
(A. Estebanez )

MENINA & MULHER


MENINA & MULHER
É algo de mulher que me fascina
nesse teu jeito etéreo de me amar
como nuvem que a lua descortina
no corpo dos lençóis entre o luar...

É algo de mulher que me alucina
perene amor que mata sem matar
uma parte mulher e outra menina
ditoso amor de meu eclipse lunar...

É algo que me encanta de tal jeito
e sangra sem doer dentro do peito
e alegra-se do sim na dor do não...

E me ama no regresso do menino
homem feito na linha do destino
já transcrito a punhal no coração...

A. Estebanez

MEU HINO NACIONAL DE AMOR


MEU HINO NACIONAL DE AMOR
Nas alvas pétalas de rosas que me envias
reescrevo os versos amorosos que te dei.
Teu coração relembra enquanto tu recrias
os afetos dos versos que ainda escreverei.

Apraz a alma que a alvorada de teus dias
renasça da esperança com que te sonhei:
com o encantar-te o coração das alegrias
de uma rainha que se encanta de seu rei.

Aprendi a escrever no topo da esperança
hasteando versos na colina da lembrança
do jardineiro que não sabe de outra flor...

E assim das pétalas da minha rosa única
os versos ao amor me servirão de túnica
e tu! Serás meu hino nacional de amor!...
(A. Estebanez)

ALGUMA ANGÚSTIA


ALGUMA ANGÚSTIA

Não suporto esse perfume
com lembrança de partida
e não suporto o queixume
desta angústia consentida.

Não suporto esses jamais
dos meus dias de finados
da memória de meus pais
nos jardins abandonados.

Nem suporto esse destino
dos meus mares afogados
num naufrágio vespertino
de sonhos não navegados.

Não suporto mais saudade
não suporto o nunca mais
nem suporto a eternidade
dos meus navios sem cais...

A. Estebanez

POEMA ESCRITO NO MAR


POEMA ESCRITO NO MAR
Queríamos apenas escrever
um capítulo de nossa história
como a memória do poente
entre as páginas do mar...

A areia estava fria e macia
corria pela praia e a maré
subia e o olhar do pôr-do-sol
no horizonte nos pertencia...

... derramava o seu calor
em sementes cristalinas
como pérolas de algodão
fazendo o amor renascer
no poente do coração...

E acabamos reescrevendo
o antigo encanto de amar
do amor escrito nas ondas
entre as páginas do mar...
(Graciela da Cunha e Afonso Estebanez)

AMOR DE CORPO INTEIRO


AMOR DE CORPO INTEIRO

Desejo teu amor de corpo inteiro
o amor da lua cheia sobre o mar
de alfazemas no cio campineiro
da sementeira
prenhe do luar...

Navegar é o ofício do barqueiro
dos mares do desejo de te amar
conhecer os segredos do roteiro
por onde o amor
precisa navegar...

Aceito o amor servil do cativeiro
das virgens medievais para adorar
nas alcovas profanas do mosteiro
ao sacro ritual
sobre um altar...

Professo o amor fiel do romanceiro
que em teu ventre me faça cavalgar
tal como um confidente cavaleiro
cavalga estrelas
para te encontrar...

Por teu amor meu anjo mensageiro
vem de um tempo remoto te buscar
e proclamar meu lado companheiro
de te fazer amor
para sonhar...

Quero fazer amor de corpo inteiro
exaurir-me em teus braços e pensar
que ainda sou teu ultimo e primeiro
amor que padeceu
para te amar...

Afonso Estebanez

EU SEI QUANDO TU VENS


EU SEI QUANDO TU VENS

Não preciso sondar os pensamentos
nem consultar meu vasto coração
para saber os dias e os momentos
em que me vens trazer consolação...

A mim me basta olhar pela janela
e abraçar a manhã no meu jardim
e sei que a claridade que vem dela
é a luz do teu amor dentro de mim...

Deixo a brisa tocar a minha face.
Ouço as aves que vêm me visitar
e sei de cada rosa que renasce
o teu instante eterno de chegar...

Converso com o vento no telhado
onde o tempo costuma te esperar
de um futuro presente antecipado
por anjos que me vêm te anunciar...

No canteiro de beijos e jacintos
o odor suave de uma flor qualquer
inflama de desejos meus instintos
com o perfume virgem de mulher...

Então eu sempre sei quando tu vens
sem que precises avisar-me quando...
O amor proclama quando tu me tens
e me prepara quando estás chegando...

A. Estebanez

CHUVA NO MOLHADO


CHUVA NO MOLHADO
Gosto da chuva no telhado...
As goteiras me fazem pensar
nos pontos finais que deixei
de colocar na minha história.

Gosto da chuva no molhado...
Os canteiros me dão lembrar
dos jardineiros que ficaram
com sementes na memória.

Gosto de causas sem efeito...
De maus sonhos sem motivo
de morrer sem ser preciso
por ter fama sem proveito.

Gosto das coisas como são...
Da vida como um desterro
da sombra indo ao enterro
da sombra morta no chão...


Afonso Estebanez

AMOR DE CORPO INTEIRO


AMOR DE CORPO INTEIRO

Desejo teu amor de corpo inteiro
o amor da lua cheia sobre o mar
de alfazemas no cio campineiro
da sementeira
prenhe do luar...

Navegar é o ofício do barqueiro
dos mares do desejo de te amar
conhecer os segredos do roteiro
por onde o amor
precisa navegar...

Aceito o amor servil do cativeiro
das virgens medievais para adorar
nas alcovas profanas do mosteiro
ao sacro ritual
sobre um altar...

Professo o amor fiel do romanceiro
que em teu ventre me faça cavalgar
tal como um confidente cavaleiro
cavalga estrelas
para te encontrar...

Por teu amor meu anjo mensageiro
vem de um tempo remoto te buscar
e proclamar meu lado companheiro
de te fazer amor
para sonhar...

Quero fazer amor de corpo inteiro
exaurir-me em teus braços e pensar
que ainda sou teu ultimo e primeiro
amor que padeceu
para te amar...

A. Estebanez

AMOR CIGANO


AMOR CIGANO

Quero fazer amor só com você
o amor do jeito que você quiser...
O amormania pelo amor de ser
amado por você deusa e mulher.

Pode ser nas estrelas ou na lua
de pele nua numa flor qualquer
amor secreto como o sol na rua
onde sentir meu cio me couber.

Amor sacro de súbito profano
nas relvas do luar e à lua acesa
amor vino de rosa amor cigano
amor e mito de mulher e deusa..

Só por você eu quero ser amado
do jeito como o seu amor quiser...
Tal como faz o ser desesperado
de amor cigano por uma mulher...

A. Estebanez

OITAVA ROSA DE DELOS


OITAVA ROSA DE DELOS

Seja-me dada uma canção amena
a flauta do cantar d’água corrente
que destila da mágoa toda a pena
que meu amor ingênito não sente.

Seja-me ouvida a cítara de alfena
arco recurvo de tua alma ausente
onde me dói essa paixão extrema
por uma rosa extrema do oriente.

Pelo amor do princípio que me fez
meus dias de rever-te sejam teus
e minhas tantas horas desditosas.

Seja-me dado ao menos uma vez
repousar no teu corpo como deus
em mortalha de pétalas de rosas.


Afonso Estebanez
(Out.13.2008)

SÉTIMA ROSA DE DELOS


SÉTIMA ROSA DE DELOS

O meu amor maior foi da intangível
razão de amar que por amor já tive
e me veio em regresso imprevisível
dos sonhos idos onde nunca estive.

O amor maior é fruto do impossível
que a despeito da morte sobrevive.
Procuro então num elo inconcebível
o espírito da rosa que em mim vive.

Se a rosa existe, tanto amor existe
e mesmo que esperar pareça triste
de triste não pereça quem me quer.

É esse dom que meu amor procura
nos milagres sem causa da ternura
dos instintos de rosas da mulher...


Afonso Estebanez
(Out.09.2008)

SEXTA ROSA DE DELOS


SEXTA ROSA DE DELOS


De tanto perder lembranças
relembrar deixou-me assim:
deslembrado de esperanças
que se esqueceram de mim.

Perdi os passos das danças
entre andanças do sem-fim
como os olhos das crianças
nos olhos de um querubim.

Um dia eu quis te esquecer
ô, rosa! – meu bem-querer
entre os espinhos da sorte.

Mas fui canto e passarinho
no aconchego de teu ninho
onde me esqueci da morte.


Afonso Estebanez

QUINTA ROSA DE DELOS


QUINTA ROSA DE DELOS


Hoje em dia ninguém diz mais: eu te amo!
porque convém que apaguem da memória
as lembranças do amor que algum engano
transformou em rascunho alguma história.

Então por quem dizer que ainda me ufano
de morrer-me de amor mesmo sem glória
se o que era sacro vem-me então profano
por quem a renascença é mais simplória?

Sempre cuidei transpor versões proibidas
contra os padrões formais das permitidas
que eu das paixões não descuidei jamais.

Mas os padrões de amor foram vencidos.
Transponho então as flores dos sentidos
e ‘te amo’ entre as roseiras dos quintais!


Afonso Estebanez
(Out.02.2008)

QUARTA ROSA DE DELOS


QUARTA ROSA DE DELOS

Procuro-te nos mares mais profundos
que guardo nas memórias navegadas
e ainda sinto teus plânctons oriundos
dos semens primitivos das enseadas.

Algum perfume é de jardins fecundos
e espinhos são das rosas fecundadas
pelo tempo infinito de outros mundos
onde o amor reviveu vidas passadas.

Que a eternidade é breve para a vida
de uma paixão sem termo pertencida
às sementes de amor do meu jardim.

E mesmo que jamais tu me percebas
entre os florais de rosas das veredas
o nosso amor vai se lembrar de mim!

Afonso Estebanez
(Set.29.2008)

TERCEIRA ROSA DE DELOS


TERCEIRA ROSA DE DELOS

Por causa de uma rosa me debruço
no muro do crepúsculo e entardeço
como a aurora afogada num soluço
da saudade sem pena onde padeço.

Minha rosa é o começo do percurso
ilhado na memória do que esqueço:
partícula de amor onde me embuço
como o pólen da luz onde anoiteço.

Ò, flor mediterrânea! minha calma!
escrava da esperança que suponho
livre ou cativa me serena e acalma

e não é pena se ao amor imponho.
É cativeiro que me prende a alma,
mas é destino que liberta o sonho.

Afonso Estebanez
(Set.16.2008)

SEGUNDA ROSA DE DELOS


SEGUNDA ROSA DE DELOS

Deixem minha alma florescer na lua
meu remoto canteiro de esperanças
ou me deixem viver num fim de rua
entre rosas baldias sem lembranças.

Saudade de horizontes me extenúa.
Procurem-me nos olhos de crianças
onde o instinto dos deuses retribua
o beijo dos extremos das distâncias.

A calma dos jardins não faz sentido
a flor calada assim não se consente
e rosa num deserto é flor proscrita.

Consinta o coração sonhar perdido
e de perder-se meu amor aumente
o tanto quanto seja a alma infinita.

Afonso Estebanez
(Set.09.2008)

PRIMEIRA ROSA DE DELOS


PRIMEIRA ROSA DE DELOS

Eu conto as noites e reconto os dias
faço de tudo por chegar com pressa
pelos segredos que a mim contarias
no desempenho de gentil promessa.

E aqueço a alma com as noites frias
padeço dores que o doer não cessa,
enfuno o amor e agito as calmarias
das cinzas frias da paixão confessa.

Encanto flores num chorar de rosas
e pelos olhos das manhãs chuvosas
entro no arco-íris do regato em flor.

E tudo em mim reflete o desespero
por escutar da margem do canteiro
a rosa me chamar de “meu amor”!

Afonso Estebanez
(04.set.2008)

MIGRAÇÃO DE ROSAS


MIGRAÇÃO DE ROSAS

De onde emigraram as rosas
que brotaram nos teus seios
de onde vêm nestas auroras
derramando os teus anseios
sobre o corpo que a desoras
atrai-me o corpo sem freios?

E de onde és me digas onde
onde o olhar dos jardineiros
em qual luz o olhar esconde
os florais dos teus canteiros?

Se a brisa não me responde
onde os beijos passageiros...

De onde a alma tão sozinha
vem perdidamente em mim
perguntar se tu eras minha
quando eu fui amado assim...

De onde migraram as rosas
que plantas no meu jardim?

A. Estebanez
(Poema dedicado à amiga
Graciela Leães Alvares da Cunha)