quarta-feira, 19 de novembro de 2008

MARTA PERES




Marta Peres é mineira e reside em Minas Gerais.
Casada, tem filhos e netos.
Profa. aposentada de Matemática e Física - Pós Graduada nas matérias.
Sempre gostou de ler e escrever, sempre leu e escreveu.
Hoje dedica-se a escrever.
Ela diz que hoje sou escritora amadora.


Membro da” Academia Brasileira de Poesia” sob o número 1105 – Casa de Raul de Leoni
Petrópolis – Rio de Janeiro
http://www.rauldeleoni.org/academia/marta_peres.html


Endereços:
Poetas del Mundo:
http://www.poetasdelmundo.com/verInfo_america.asp?ID=4218

Um jornal super interessante com 75 anos de bom jornalismo e arte.

http://orebate-martaperes.blogspot.com/
P.S.: Estou aqui esta semana para homenagear esta Grande POETISA
Marta Peres, que nós poetas a muito devemos a ela. Tendo em vista que
que divulga nosso trabalho com maior carinho e amor.
OBRIGADA MARTA!!!!
Graciela da Cunha

Escrever



Escrever
Coloco a alma no papel, sorvo a dor, pouco
a pouco conto a mim mesma o que sei! Sabe,
sai dos dedos o que mais aflige, louco
pensamento! A alma, cai em torpor, logo cabe

ao pranto descer pela dor perpassada.
Palavras se gastam, engasgam, machuca
ferindo, engasturando os dentes. Vem fada
azul, toca sua varinha na nuca

calando o pensamento cruel, e faz sentir
o que a vida oferece no dia-a-dia, luta
com garra, força perseguindo o bem, banir

a tristeza e desavença, contagiar
pela alegria e prazer, esperança justa
no porvir, complacente o coração abrandar!
(Marta Peres)

Solidão


Solidão

Telefone toca,
é ele convidando,
quer me ver,
sair.
Muda o deixo falar,
o silêncio é total,
sei,
ele só quer
o consentimento
pra tocar meu corpo,
descobrir meus segredos,
saborear minhas ternuras
tecendo com mãos profanas
um passeio de prazer.
Eu quero o amor,
a cumplicidade,
a força,
a certeza
contra minhas fragilidades,
meu porto seguro
na alegria
e na tristeza,
alguém que divida
e some
porém, encontrei nele
mais um que só busca
o prazer,
a companhia de sua
solidão!
(Marta Peres)

Ao Crepúsculo

Ao Crepúsculo

Os lírios abrem no crepúsculo calmo.
O céu anda um langor frouxo,vago, flores
vermelhas espalhadas pelo chão, salmo
recitado pela força dos amores!

Esperança desce com o crepúsculo,
pássaros procuram local para dormir,
tristemente cantam o amor, corpúsculo
dança no ar, anuncia a noite suave, refletir

os sonhos cheios de bruma, tão vagamente
adormecidos! Fim de tarde, penumbra
tece segredo no silêncio, tão ausente,

alguém fita a imensidão, dois olhos azuis
curiosos esperam algo, doce penumbra
colorida de sonhos, dormente matiz.
(Marta Peres)

Sê Bendito


Sê Bendito

Deus, és Pai misericordioso e bendito,
infinito é o Seu amor, graças todos seres
filhos Seus rendem, sublime, já descrito
pelas escrituras de Moisés, poderes

e força, reúne tudo em Si, sacrossanto,
eterno, seu nome é santo, santo, santo!
Mistério envolto sobre o eterno, seu manto
é bálsamo que lava as dores, o pranto

derramado por cada um, Seu filho amado.
És sublime adoração do homem crente,
que fita a natureza nela encontrando

Sua luz benigna. Deus, és templo sagrado
onde reside a força do bem, clemente,
passiva. Estende Seu olhar Pai, Sê bendito!
(Marta Peres)

Vira Poesia


Vira Poesia

Vestida de fantasia
saio em busca das ilusões,
entro por todas as ruas proibidas
fugindo do real...
Minha fortuna é o sonho,
debruçada na ponte, falo com o rio
dentro da imaginação vertiginosa,
conto coisas reais, ouço a voz
das águas, o riso, o soluço, os sonhos
de amor, lamento de grande dor...
Sonho dentro da noite,
olhando as as estrelas
confesso meu amor,
sonho pelo prazer de sonhar,
livre de amarras,
do ódio,
da cobiça,
coração puro e límpido como água
observo a natureza,
as montanhas azuis,
o céu coalhado de estrelas,
astros que passeiam
vagando na imensidão...
O Universo conspira,
vira poesia!

(Marta Peres)

Paixão Bandida


Paixão Bandida

Como poder explicar,
Este sentimento me devora
Me torna mais feliz
Se é erro, foi de paixão!

Não me faça pagar,
Essa paixão bandida
Que adormece e acorda
E me deixa na solidão!

Não vou mais dormir,
Quero esperar você
Sei que virá nos pensamentos
De minha pura ilusão...
(Marta Peres)

Canção do meu olhar


Canção do meu olhar

Se meu olhar
Quiser dizer mais que meus lábios
Não acredite,
Desvia deste olhar.
Se meu olhar
Quiser transparecer
Toda ternura
Que lhe tenho
Desvia,
Não quero me trair.
Meu olhar,
Este teima em lhe seduzir
Lhe amar,
Encontrar
O seu olhar.
Meu olhar,
Ele preciso disfarçar
Quando lhe vê,
meu olhar só quer lhe abraçar.
(Marta Peres)

Não Queira Provas de Amor


Não Queira Provas de Amor

Não quero te amar mais do que te amo,
Sei que meu amor é na dosagem exata
Do tanto que tu me ama.

Eu te amo!
Isto me dá prazer
Me faz sentir viva, mulher...

Eu te amo!
Não preciso provar nada pra ninguém
Só pra você.

Eu te amo!
Isto basta entre nós dois
e nosso olhar.

Eu te amo!
Não vês estampado em meu rosto, o meu sorriso
ele vive a falar por mim?

Eu te amo!
meu amor é maduro e duradouro
forte como a rocha.

Não fique querendo provas,
Esta eu já te dei
Quando disse o sim no altar.
(Marta Peres)

Sono da Rua


Sono da Rua

Minha rua dorme ...dorme sossegada
Pois é escuro e nem os meus passos
Ouve, dorme o sono dos sossegados
E puros.

Dome minha rua dorme...
Não demora o apagador de lampiões
Entrar em teus jardins formosos
E como ladrão roubar a paz do teu sossego.

Dorme...estou eu cá, vim pra te vigiar
E velarei teu sono, ninguém há de molestar.
Dorme minha rua há escuro e cá, eu sobre
o muro ouvindo as estrelas cantar.

Dome minha rua, dorme...
O vento a cantar na calçada
E enovelado como um cão dorme tranqüilo
E a lua inda brilha com as estrelas.

Dorme minha rua...dorme...
Vou sair bem devagar,
Meus passos serão macios e calmos
Como se nuvens estivesse a pisar...
(Marta Peres )

Coração


Coração

Peguei meu coração
E o coloquei na mão,
Com ele quero presentear você
Como prova do mais puro amor.

Meu coração em minha mão
Ficou diante dos meus olhos
Me comovi, senti emoção,
Vi no meu coração
O imenso amor por você.
(Marta Peres)

Viagem


Viagem

Viajo
Nem mais sei quanto tempo
Estou fora, longe,
Vago navio
O que me carrega
Por um mar sombrio
Triste e que me cega.

Não há estrelas no céu
Tudo é nebuloso
E nem sinto a aragem
Percorrer a bruma
Vejo-me num deserto.

Tudo ao meu redor é mistério.
Sinto selar cada poro
Que a vida me entregara.
Meu mar, meu império
Está cada vez mais distante.

Não tenho lar nem amigos
No exílio onde moro
Sinto apenas o peso da terra
sobre meu corpo.
Tudo tive, tudo perdi
Tudo hoje é igual a nada
Apenas sei que morri.
(Marta Peres)

Declaração


Declaração

Nada é igual ao seu abraço,
quando me enlaça pela cintura
sinto-me tremer de emoção
sinto desejo de você...

Nada é igual ao seu beijo,
sinto explodir o desejo
e meu corpo dói...

Seu beijo tem o sabor do mel,
quando me beija sinto minha
boca doce como favos
e num sorriso de pura felicidade
me leva provar o céu!
(Marta Peres)

Ser Poeta


Ser Poeta

Nem fiz curso,
Se sou poeta foi dom
E ele veio de mansinho
Começou devagarinho
Quando o sol nasceu...

Se ou poeta?
Já disseram que sim
Mas sou é maestra
E do giz já utilizei
Energias, já desperdiçei!

Dizem que ser poeta
é ser mestre
e esse dom permanente
chama atenção do pássaro
que canta e voa diariamente
no fundo do meu quintal.

Nem curso fiz!
Sei que são importantes
Mas com dom,
Tudo fica diferente,
O poema prevalece.

A obra do Divino é magnífica,
Trabalho só com a inspiração,
esta foi legada entre rosas
E espinhos, passarada a voar
No céu azul e sobre o mar.

São emoções e paixões
São dias e noites
Que vão à madrugada,
Me vejo apaixonada
Com a lua
E os namorados.

As palavras vão se juntando,
Ora lentas, ora numa rapidez
Vertiginosa e os amantes
Enlouquecidos fogem pra
Cantos bem escondidos
Amando, amando e só amando...

Ser poeta é vocação
É trabalho é missão
É vida, é dom
Que sai do coração
E canta na alma...
(Marta Peres)

Seu Corpo Sobre o Meu Corpo


Seu Corpo Sobre o Meu Corpo

Quero viver sonhos nunca sonhado
E nem imaginado
E ler versos nunca escritos...

Quero ser página em branco
E que escrevas todas as fantasias
Que nunca vivi
E todos os delírios que nunca apeteci...

Quero o silêncio do quarto e lençóis brancos
Pois sou página em branco e nela,
Quero que escrevas as delícias do amor...
Quero amar e ser amada por inteiro!

Quero que me surpreenda
E quero que fiquem marcadas no meu coração,
Todas as interrogações do silêncio...
Quero todas as surpresas do amor...

Quero amanhecer nos seus braços
Vendo o novo dia nascer
E com a certeza de que você deixou dentro de mim
O mais belo poema que o seu corpo
Escreveu sobre o meu corpo.
(Marta Peres)

Amigo


Amigo

Tu me ofertas o perfume
E ajuda-me trilhar a vida,
Tu faze-me bem,
Em troca dou-te uma rosa.

Tu que entrabre os lábios num sorriso
Para comigo
E compartilhas lágrimas
E sabes de minha existência,
Oferto-te uma rosa!

Tu que és nobre nos sentimentos
rico no viver
e imperas no amor,
oferto-te uma rosa!

Tu que és pessoa amiga
Fazendo ternamente do silêncio sair sons
E que canta comigo
Oferto-te uma rosa!

Tu que parastes para ouvir meus queixumes
E lamentos
Tendo palavras doces e certas,
Esta rosa é para ti
Com meu eterno obrigado!
(Marta Peres)

A Gota e a Flor


A Gota e a Flor

Andei...por céu eu andei e andei por mares
Caminhei em estradas e caminhos poentos,
Caminhei sobre cascalhos e pedras caminhei...
Tinha esperança de saber o que é o amor...

O que é o amor?
Vi um poeta e perguntei e vi uma criança
E vi um homem e vi uma mulher.
Ninguém sabia dizer...

Então me vi num jardim, encantador
E caminhei por alamedas e avenidas
Vi pássaros e vi a flor azul...
Deslumbrante no seu canteiro...

A bela flor azul orvalhada pelas gotas
Do orvalho da manhã assim falou:
O amor é o carinho é o espinho
que não se vê na minha flor.

O amor é alegria, é passarada
Em alvorada é a vida quando
Chega sangrando em minhas pétalas,
Mas com gotas do meu imenso amor.
(Marta Peres)

Flor Azul


Flor Azul

Ouvindo música suave em virtola antiga
Lembrei-me de ti Flor Azul!

Era calma e mansa como penso que és,
De rosas e mais rosas senti suave perfume,
Ao pensar de ti.

Caminhavas em dia de sol lindo e ardente,
e tua imagem loura, ariana, encheu meu olhar
e o azul do céu em ti me confundiu a visão.
Estavas bela em teu traje azul.

Vi desabrochar botão azul da Flor Azul
E doces sentimentos nasceram na alma,
Eras bela e mais bela era a alma...

Pelo semblante notei que sonhavas,
a vitrola entoando suave melodia
dedilhava som inebriante,
emanando em teu coração o sonho.

Dores, amores, lembranças doces
Falavam na mulher e Flor Azul
E a viola chorava na vitrola
Feliz ao falar na mulher, amor e Flor.
(Marta Peres)

Canção


Canção

Tu ouvistes o que ouvi?
Sei que é som de choro, e lacrimoso
E amargo pois ouço alguém suspirar!

Parece que o alguém se vai, triste e só,
Em sofrido caminhar,
Lembro-me das ondas do mar!

Não chores, deixa as lágrimas enxugar
Amo-te, e és o meu amor
Meu doce e querido amor!
(Marta Peres)

Amor Eterno

Amor Eterno

Sigo passo a passo os ponteiros do relógio,
Cada minuto é eternidade,
Milagre que não pode repetir
Aumentando a tortura da saudade.

Tormento é a vida longe do meu amor.
Em rastros de luz vou seguindo
Pegadas que conduzem a um mar distante
E a tristeza me consumindo, pouco a pouco.

Mesmo como nuvens perdidas no horizonte
Tento mudar a direção do destino,
Busco rumos onde não lhe procurei
E perco-me pelos caminhos.

Entro por estradas que nunca imaginei
E vivo de saudades e na esperança
De algum dia poder lhe encontrar,
Vou vivendo de sonhos e lembranças.

Amor, amor eterno que vivo a recordar,
Amor que me revigora e me destrói
Sentimento que não dá para esquecer.

Amor, amor eterno,
Mesmo com o tempo que passa e apavora,
Jamais envelhece.
(Marta Peres)

Solidão


Solidão

Meu grito ecoa o vazio,
só consigo divisar luz tênue,
pouca quantidade vinda de cima,
aqui tudo é negro, vãos negros
entram nos olhos, silêncio me faz
perder o fôlego, sombra, sombra
é o que vejo, umidade chega doer
a alma, solidão infindável!
(Marta Peres)

035 LÁGRIMAS POÉTICAS


035 LÁGRIMAS POÉTICAS

Marta Peres, as suas doces palavras são delicadas.
Fazem aflorar em mim lágrimas poéticas.
As quais lavam minh’alma e por mim são amadas.
Onde as silentes rimas são perfeitas e proféticas.

Que sensibilidade emocionante!
Elas, as suas poesias, são imponderáveis sintonias.
Retratando com maestria cada instante;
Enfim, são verdadeiras sinfonias.

Quisera de o vernáculo ter pleno conhecimento;
Para, numa dimensão sublime, enaltecer
Tamanhas preciosidades, que aliviam sofrimentos
Por proporcionarem a bela alegria do viver.

Não sei, em última análise, qual a razão
De externar tão profundo e digno respeito,
Pela sua pessoa. Perdoe-me são coisas do meu coração;
Onde o êxtase do amor não pode ser desfeito.

Sabe, pequena pérola dos campos verdejantes:
O meu amor ágape é muito profundo.
O que me leva a dimensões inquietantes:
A de amar suas poesias, belezas deste mundo!
(José Bonifácio – 12 Nov 2008)

Violino Cigano


Violino Cigano

Noite quente... ao longe, violino plangia,
música cigana era ouvida, melodia
cantada dentro da tristeza parecia
dor, desalento, sonho perdido, magia

para quem está longe. Partiu em direção
som convidativo, calaram medos seus,
dor e paixão sobrepuseram-se à razão,
a dama foi calada em busca do seu deus

cigano, trovador de sonhos, de beleza
morena por quem se apaixonara tão bela
dama, conquista fácil, frágil, e fraqueza

de mulher! Rápida na decisão, partia
rumo ao acampamento cigano: quimera...
persegue o som de um violino que plangia!
(Marta Peres)

Canção para Clara


Canção para Clara

Quero compor uma canção,
uma canção arrebatadora
que cante a vida,
uma canção singela,
bela,
toda de amor,
por ela...

Clara, Clara, Clara,
nas florestas cantam pássaros,
vem, o dia já clareou.

Eu quero um canto poema
que fale das águas,
do som dos ventos,
que deixe de fora as máguas,
que lembre o canto no pau-d’água
uma canção no campo,
pra que escute
longe dos rumores da rua.

Clara, Clara, Clara,
o sol se escancara nas nuvens
vem, o dia já clareou.
(Marta Peres)

Hai Kai


Hai Kai

Bater de asas
nos galhos, goiabeira
treme, assusta!
(Marta Peres)

Hai Kai


Hai Kai

Do riso, pranto
silencioso ficou.
Pássaro foge.
(Marta Peres)

“Chá de poesias”


“Chá de poesias”
Preparei um chá para você,
na minha chaleira de poesias,
Juntei pedaços de maças e canela,
Que diluem a saudade e a dor...

Beberá assim meus versos,
Adocicado com amor e amizade,
Com sabor de felicidades e aroma,
Colorido como o arco-íris...

Escolha onde quer sentar-se,
pois eu irei acompanha-la...
Durante o chá falaremos,
Da nossa infância e de outras,
Tantas lembranças boas.

Pra acompanhar o chá amistoso,
Preparei sonhos recheados com,
O doce mais carinhoso que encontrei,
E pincelado com pó de estrelas...

(Graciela da Cunha e Valquíria Cordeiro)
(Homenagem a Marta Peres)
21/08/08

Saudades 2


Saudades 2
Meu sono agitado acordou-me,
sentia-me ansiosa, batia no peito
uma saudade inexplicável, amanheci
pensando nos momentos bons que ficaram,

ficaram não sei onde, o tempo levou,
carregou em asas imensas para o infinito,
não voltam mais, meu olhar de menina feliz,
inocente, crente no amor, na felicidade,

no encontrar o príncipe encantado dentro
de um jardim florido, a crença nos sonhos,
meu peito inflamado derrama lágrimas, sufoca,
deixa meu rosto entristecido, sofro uma dor

dilacerante na alma, sinto-me retalhada,
as saudades são imensas, sei que não
encontrarei respostas, meu sossego não
existe, meu coração só sabe sentir saudades!
(Graciela da Cunha e Marta Peres)
08/07/08

“Saudades” 1


“Saudades” 1
Manhã fresca, brisa tocando meu rosto,
sinto n’alma um aperto que mais parece adeus,
perfume de flores inebriando meu recanto,
impregnando todo ar pela fragrância adocicada, leve,

deixando tontura gostosa de se sentir, olho ao redor,
nada vejo, não entendo o que meu pensamento
quer dizer, só sinto um adeus a envolver-me
pelo aroma da mensagem, sei, jamais irei esquecer,

impregnou dentro de mim, pássaros cantando me
faziam recordar a infância, me aquietei, deixei meu
coração ouvir aquela cançoneta que enchia meus
olhos de lágrimas, uma saudade sem explicação

fazia meu peito doer, me consumia sem que eu
entendesse o motivo, algo no ar... não sei dizer...
sinto adeus...quem...não compreendo...jamais irei
esquecer esta manhã de adeus, só restou uma grande

saudade, de algo...de alguém... mas quem?
(Graciela da Cunha e Marta Peres)
08/07/08

“Jequetibá-rosa”


“Jequetibá-rosa”
Árvore mais antiga do Brasil, mais de três mil anos,
símbolo da fraternidade, considerada a maior árvore
nativa do nosso País, copa ampla, tem forma de
guarda-chuva, árvore-símbolo do estado paulista!

Porte majestoso, altura de gigante, jequetibá-rosa,
ameaçado de extinção, choram os jequitibás amigos,
lastimam pela falta de conhecimento de muitos,
árvore de tempos remotos, inspiração de músicos,

novelas, onde a força do homem vinha do facão
fincado no pé do jequitibá. Quando escravos cá
chegaram o Jequetiba-rosa já estava com suas
folhas brilhantes, sementes apreciadas, alimentando

macacos do lugar, jequitibá, tronco majestoso, vigoroso,
galhos frondozos, árvore altaneira onde ruas levam
seu nome, ah, saudade da minha terra, terra querida
onde meu jequitibá foi plantado e ainda espera por mim!
(Graciela da Cunha e Marta Peres)
03/07/08

“Tempestade”


“Tempestade”
Noite triste, escura, coração aflito chora,
olho pela janela, vejo a força da tempestade, ouço
o grito do trovão, seu estrondear ensurdecedor, me
encolho sentindo medo, abandonada à sorte do destino.

A força da natureza se mostrando dura, agressiva
a cada raio da noite triste, severa, grave, oprimindo
a alma, árvores balançam forte os galhos amarfanhados
como se fossem minha própria vida, choro, soluço alto,

não há alguém que possa ouvir meu lamento, cega pela
miragem dos olhos, trazia neles sua imagem, coração
ardendo de desejo e desespero pela ausência, a certeza
de não mais ter seus beijos, seus carinhos, suprema

felicidade que senti um dia, vento forte acompanhava
cada estampido lá fora, meu coração apaixonado nutria
sentimento de perca, vi na noite escura a morte dos meus
sonhos, só restou nostalgia funda, olhos rasos d’água!
(Graciela Cunha e Marta Peres)

O Mar


O Mar
Sentada numa pedra à beira mar,
sentia que as ondas convidavam
a brincar com elas, batiam nas pedras
respingando em mim, inspirando poesia

em sua pureza, sol brilhando na manhã
anunciava a beleza da vida, presente de
Deus, a força das ondas mostravam o quão
é belo a natureza, que poderemos ser como

o mar, forte e intempestivo, ousado a bailar
suas ondas, caravelas soltas, caminhando
rumo ao poente, buscando um porto seguro,
aprendendo amar, querer bem. Velas rasgando

em sonhos doirados, fugindo do mundo das
tentações a procura de torres de marfim,
debaixo do sol avivador lágrimas caem
abundantes, misturam-se com gotas que batem

nas rochas, enquanto braços aveludados
tomavam pela cintura, senti a felicidade!
(Graciela da Cunha e Marta Peres)
01/07/08