terça-feira, 17 de junho de 2008

Maria Helena Sleutjes


Meu olho alcança apenas
Formas geométricas.
Na superfície plana,
Átomos
E galáxias diáfanas.
Sentir
Esta complexa relação
Plena de retas
Plena de curvas
Plenilúnio do existir.
Formas incongruentes
De frio noturno
Com suas variações infinitas.
Meu ser é esquizóide
Muitas tangentes
Atravessam os meus sonhos
Naturezas semi-vivas
Naturezas semimortas.
Do centro para as bordas
Algumas rosáceas
E infinitas catedrais de sombras.
Meu sentir
Não faz outra coisa
Senão trair
A realidade do meu olho.
(Maria Helena Sleutjes)

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