sábado, 10 de maio de 2008

Luiza Caetano


"ÚLTIMO MOMENTO COM MINHA MÃE"

Mãe,
contigo estou e vou
nessa caminho sem meta
Tuas vestes são a cruz
tua cama é um altar
teu corpo é um mártir
e, teu olhar...
Mãe!
Teu olhar
é um lampejo de vida!
é uma mortalha ferida!
é um trilho sem esperança!
Há um esgaçar de sorriso
na fímbria da tua boca
é um Adeus cricificado
algemado na saudade
dum àmanhã sem futuro.
Sobes no tempo o último degrau
do mais infinito silêncio
a tua boca é um grito
quebrado no teu/meu peito
Mãe,
minha Mãe
que já recusas as palavras
nas mãos caídas sem luta
no hematoma do teu corpo
dói em as chagas da dôr
as saudades e o amor
o Adeus sem retorno
Mãe,
Minha mãe!
Prisioneira
sem celas
Mártir e quase santa
choras a Primavera
que a vida que nem foi tanta
é agora... derradeira
Ai, querida mãe,
Olha o anjo que te abraça
Olha a cruz que te embaça
e, vais mãe...
para além
onde o meu olhar
já não te alcança...
Através da vidraça
teu olhar
esbaça...Mãe!!!!!
(luizacaetano)

Marçal Filho


“Mãe de mim; Mãe de todos”

nossa voz pelo mundo
nosso tudo e mais
o amor mais profundo
uma lágrima um suspiro
um afago, um sorriso
uma fera acuada
sem temer o perigo...
podem mudar de endereço
podem mudar de identidade
podem ser novas, meninas
pobres, coroas, granfinas
sempre serão iguaizinhas
em nada diferem das outras
pra defender suas crias...
(marçal filho)

Fernando Pessoa


Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...
(Fernando Pessoa)

Fala


Fala

Fala a sério e fala no gozo
Fá-la pela calada e fala claro
Fala deveras saboroso
Fala barato e fala caro
Fala ao ouvido fala ao coração
Falinhas mansas ou palavrão
Fala à miúda mas fá-la bem
Fala ao teu pai mas ouve a tua mãe
Fala francês fala béu-béu
Fala fininho e fala grosso
Desentulha a garganta levanta o pescoço
Fala como se falar fosse andar
Fala com elegância - muito e devagar.
(Alexandre O'Neill)

Sérgio J. Souza


ORAÇÃO PARA MINHA MÃE.

Pai, tu, sendo Deus, quiseste mostrar
entre nós tua face materna...
Por isso criaste todas as mães!
Peço-te por minha mãe,
sinal concreto e visível de teu amor entre nós.
Multiplicai os seus dias
em nosso meio!
Acompanha-a em todo riso
e em toda lágrima,
todo trabalho e toda prece,
todo dia e toda noite!
Que tua bênção cubra de luz
a vida de minha mãe para que,
inundada de ti, ela seja sempre mais
Presença do divino em minha vida.
Amém!
(Sérgio J. Souza)

CARLO MAGNO


MÃE E MULHER...
Ser Mãe
É trazer nas entranhas a força da vida
É não se entregar nem se dar por vencida
É vencer obstáculos e ter novas conquistas
É saber que já nasceu predestinada, bem vistas
É ter a força do amor e por ela ser guiada
É mostrar ao mundo que não se intimida
É dar exemplo e não se abater no sofrimento
É sempre presente, ontem, hoje e o momento
É rainha sem castelo, sempre bela
É correr o mundo e sempre voltar a ela
É vendo-a como deusa sempre contente
É com a idade avançada que se torna mais atraente
Ser Mãe... é ser... Mulher.
(Carlo Magno)

Pintar


Armei-me de tintas e pincéis,
Andei por caminhos sem rumo,
Pincelei onde havia carrosséis,
E onde uma cor era oportuno.
Clareei certas zonas obscuras,
Outras uma cor mais carregada,
Onde pairava tristeza e negruras,
Passou a ter uma cara lavada.
Por onde dava minhas pinceladas,
Formava-se logo um sorriso aberto,
Bocas que antes estavam fechadas,
Por toda a sujidade ali por perto.
Regressei a casa com um sorriso,
Depois de dias sem guarida,
Deixei cor onde era preciso,
Pintei o país de poesia colorida.
(Paula Costa)

MARACUJÁ


MARACUJÁ
Um dia
o pé de maracujá
que eu plantei no quintal
cresceu
e floriu.
Eu ninca tinha visto
a flor do maracujá.
Juro por Deus nunca vi
coisa mais linda no mundo
do que a flor violeta
do pé de maracujá
que eu plantei
na cerca do meu quintal.
Um dia
o maracujá
que eu plantei no meu quintal
cresceu e floriu...
(ERNESTO LARA FILHO)
(1959, in Picada de Marimbondo)

Desnudo!


Prestes a despir teu corpo poético
Arrepio o verso num beijo
Reescrevo as linhas do vosso prazer
Posso ver nos teus olhos
Cores de um pintor famoso
A brilhar incandescentemente
Num ato ecumênico, da cor da lágrima incolor.
Sabores e atores em nós...
...entre laços e valsas infindas
Caio em êxtase profundo
Ao íntimo e confuso do amor.
(Danilo Cândido)

Lágrima colorida


Lágrima de azul
pálido
canção em si-bemol
árvore de vida imortal
Estandarte de revolta
passas a correren
volto em neblina
no caos do trânsito
Presságios
Premonições
No auge do desespero
aurora de vida
de espírito ausente
baixar do céu á terra
balancé de uma vida
sonho e devaneio
Rosto banhado de lágrimas
águas de rosas
desabrochadas...
(ASobral)

MENINA COLORIDA


Tenho que falar
que te amo,
menina colorida,
só pra que não escape
este ensejo de te ter, flor distraída.
Pingada de encanto
neste canto da vida.
Terna...
Mais que perfeita...
Figura de amiga sabida,
ensopada do orvalho,
que a toalha não enxuga.
(Waldir Pedrosa Amorim)

Mulher


A vida é uma vasta poesia
E a mulher é um Poema
Que brilha debaixo do Sol
E sonha encima da Lua.
Sentada na cratera dum sonho
O universo compõe quadras nela
De métrica minguante a cheia
Descrita como quem dá vida à Primavera.
Projectada por um raio de Sol
É lida como poema universal
Tida como musa no mundo da Lua
Mulher que rima num verso de Pessoa.
(Carla Costeira)

Se eu fosse chave para os problemas...


Se eu fosse chave para os problemas
Destrancava as trancas dos desejos
E abria portas com mãos de fadas.
Abri-as e depois entrava
Ficando residente em todas as casas
E proprietária de divinas graças.
Se eu fosse chave para os problemas
Acariciava rostos de tristezas
E aliviava dores inquietas.
Daria ao sofrimento chaves mestras
Que abrissem todo o tipo de glórias
E entrassem numa Era de alegrias.
Se eu fosse chave para os problemas
Fazia da justiça porta sagrada
E da bondade porta-chaves das almas.
E o mundo cantaria coros de harmonia
Os homens dariam as mãos sem ironia
E a paz interior se exteriorizaria.
(Carla Costeira)

Cheia de cor


Arco-íris de doces cores
Cores oriundas duma imensidão de flores
Onde a magia floresce incolor
E a alegria... é dum rosa pálido da vida!

Vou desabrochar com o brilho duma cor viva...
Arco-íris dando cor e brilho em mim
Poderei vir a ser uma estrela num escuro céu
Ou uma perfumada flor que resplandece ao sol.
Cheia de cor... Desempenharei o meu papel de cor!
(Carla Costeira)

PCOELHO

Poesia Colorida
Queria escrever-lhe todos esses versos,
com letras verdes, cor da esperança!
Assim, quem sabe?

Possa eu vir, passear pelos lilases de sua alma,
Desvandar toda a sua nudez branca...
Entrar por enconderijos, achar abrigos,
Descortinando o negro sabor pubiano!

Brincar nas luzes azuis,
Da mulher cigana!

Ofertar-lhe rosas,
Espalhando, em seu corpo a magia,
Da rubra rosa dos lábios macios...

Pra depois, bem depois...
Deitar-me nos pelos dourados
Deu sua sedução!
(PCOELHO)
P.S.: Recebi por e-mail do Amigo Junior.

Fernando Pessoa



Liberdade
Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura.
O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa…
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto é melhor, quando há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!
Grande é a poesia, a bondade e as danças…
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.
O mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca…
(Fernando Pessoa)

Lya Luft



Canção das Mulheres
Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.
Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.
Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.
Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.
Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.
Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.
Que o outro sinta quanto me dói a idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco — em lugar de voltar logo à sua vida, não porque lá está a sua verdade mas talvez seu medo ou sua culpa.
Que se começo a chorar sem motivo depois de um dia daqueles, o outro não desconfie logo que é culpa dele, ou que não o amo mais.
Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo “Olha que estou tendo muita paciência com você!”
Que se me entusiasmo por alguma coisa o outro não a diminua, nem me chame de ingênua, nem queira fechar essa porta necessária que se abre para mim, por mais tola que lhe pareça.
Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.
Que quando levanto de madrugada e ando pela casa, o outro não venha logo atrás de mim reclamando: “Mas que chateação essa sua mania, volta pra cama!”
Que se eu peço um segundo drinque no restaurante o outro não comente logo: “Pôxa, mais um?”
Que se eu eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.
Que o outro — filho, amigo, amante, marido — não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.
Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa — uma mulher.
(Lya Luft)
"Na ambição de serem sempre jovens, as mulheres acabam perdendo o próprio rosto. São os falsos mitos da juventude para sempre. E isso também inclui a febre atual da mídia, particularmente nas revistas femininas. Só se fala como se pode ter vários orgasmos numa única noite. Só se fala em como a mulher deve agir para segurar seu homem pelo sexo, especialmente o oral. São fórmulas de um mundo conturbado, que foge ao afeto, distante de qualquer felicidade. Essa é outra coisa para o enlouquecimento. Em todo lugar, o que existe é a supervalorização do sexo. Quem não estiver fazendo sexo sem parar o tempo todo passa a ser anormal. Muita gente fica complexada porque não consegue vários orgasmos numa noite. É tudo uma imposição."
(Lya Luft)

Lya Luft


Canção da estrela murmurante
Nós nos amaremos docemente,
Nesta luz, neste encanto, neste medo:
Nós nos amaremos livremente
No dia marcado pelos deuses.
Nós nos amaremos com verdade
Porque estas almas já se conheciam:
nós nos amaremos para sempre
Além da concreta realidade.
Nós nos amaremos lindamente,
nós nos amaremos como poucos.
no teu tempo.
(Lya Luft)

Cecilia Meireles


Se não houvesse montanhas!
Se não houvesse montanhas!
Se não houvesse paredes!
Se o sonho tecesse malhas
e os braços colhessem redes!
Se a noite e o dia passassem
como nuvens, sem cadeias,
e os instantes da memória
fossem vento nas areias!
Se não houvesse saudade.
solidão nem despedida...
Se a vida inteira não fosse,
além de breve, perdida!
Eu tinha um cavalo de asas,
que morreu sem ter pascigo.
E em labirintos se movem
os fantasmas que persigo.
(Cecília Meireles)

Álvaro de Campos


Vem sôbre os mares,
Sôbre os mares maiores,
Sôbre os mares sem horizontes precisos,
Vem e passa a mão pelo dorso da fera,
E acalma-o misteriosamente,
Ó domadora hipnótica das coisas que se
agitam muito!
(Álvaro de Campos)

Clarisse Lispector


Liberdade é pouco.
O que desejo ainda não tem nome.
– Sou pois um brinquedo a quem dão corda
e que terminada esta não encontrará vida própria,
mais profunda. Procurar tranqüilamente admitir que
talvez só a encontre se for buscá-la nas fontes pequenas.
Ou senão morrerei de sede. Talvez não tenha sido feita
para as águas puras e largas, mas para as pequenas
e de fácil acesso. E talvez meu desejo de outra fonte,
essa ânsia que me dá ao rosto um ar de quem caça
para se alimentar, talvez essa ânsia seja uma idéia
– e nada mais.
(Clarice Lispector)

Clarisse Lispector


Quero te conhecer por outras fontes,
seguir para tua alma por outros caminhos;
nada desejo de tua vida que passou,
nem teu nome, nem teus sonhos,
nem a história do teu sofrimento;
o mistério explica mais que a claridade;
também não indagarás de mim
o que quer que seja; sou Joana,
tu és um corpo vivendo,
eu sou um corpo vivendo,nada mais.
(Clarice Lispector)

Mario Quintana


Da alegria discreta
Longe do mundo vão, goza o feliz minuto
Que arrebataste às horas distraídas.
Maior prazer não é roubar um fruto
Mas sim saboreá-lo às escondidas.
(Mario Quintana)

Florbela Espanca


A Mulher
Ó Mulher! Como és fraca e como és forte!
Como sabes ser doce e desgraçada!
Como sabes fingir quando em teu peito
A tua alma se estorce amargurada!
Quantas morrem saudosa duma imagem.
Adorada que amaram doidamente!
Quantas e quantas almas endoidecem
Enquanto a boca rir alegremente!
Quanta paixão e amor às vezes têm
Sem nunca o confessarem a ninguém
Doce alma de dor e sofrimento!
Paixão que faria a felicidade.
Dum rei; amor de sonho e de saudade,
Que se esvai e que foge num lamento!
(Florbela Espanca)

Manuela Amaral


Mulher
(em definição)
Mulher-Poesia
que deixa no meu corpo bocados de poema
Mulher-Criança
que desce à minha infância
e me traduz adulta
Mulher-Inteira
repartida no meu ser
Mulher-Absoluta
Fonte da minha origem.
(Manuela Amaral)

Florbela Espanca


Suavidade
Pousa a tua cabeça dolorida
Tão cheia de quimeras, de ideal,
Sobre o regaço brando e maternal
Da tua doce Irmã compadecida.
Hás-de contar-me nessa voz tão querida
A tua dor que julgas sem igual,
E eu, pra te consolar, direi o mal
Que à minha alma profunda fez a Vida.
E hás-de adormecer nos meus joelhos...
E os meus dedos enrugados, velhos,
Hão-de fazer-se leves e suaves...
Hão-de pousar-se num fervor de crente,
Rosas brancas tombando docemente,
Sobre o teu rosto, como penas de aves...
(Florbela Espanca)

Roseana Murray


Tateando Caminhos
passo as mãos no rosto
debaixo da minha pele
quem é esse ser que me habita
tão envolto em penumbras
qual cigana em seus panos?
que mulher é essa
fazendo de mim labirintos
como um peixe no oceano?
passo as mãos no rosto
feito um louco em seu passado
e nem me decifro nem me devoro
abro a janela e bebo a manhã
em grandes goles
(Roseana Murray)

OITO PÉROLAS DO ENSINAMENTO DE SHANKARA



1. O Atman (1) é autoluminoso, porque não necessita de sol e nem de luz nenhuma. Sua luminosidade é o conhecimento e manifesta-se igualmente através de todos os objetos. Sua luz não é o oposto da escuridão. Porém, até mesmo o sol, como todos os corpos incandescentes, depende de certas combinações para iluminar-se, e, ainda que combata a escuridão, nunca chega a eliminá-la por completo.

2. É estranho que um indivíduo, sabendo muito bem que seu corpo lhe pertence como qualquer móvel, siga condicionado com a idéia de que é o corpo.

3. Sou, em verdade, Brahman (2), sendo equânime e imperturbável. Minha natureza é existência, conhecimento e bem-aventurança – Sat-Chit-Ananda (3). Não sou o corpo, em nenhuma forma, seja densa, sutil ou causal. A isso os sábios chamam o verdadeiro conhecimento.

4. O fogo do conhecimento, que foi aceso pelo discernimento, queima, até a raiz, os efeitos de avidya (4).

5. Para aquele que foi mordido pela serpente da ignorância, o único remédio é o conhecimento de Brahman. De que podem lhe servir os Vedas, os mantras (5), as escrituras ou outros remédios?

6. Um ator pode vestir-se especialmente para uma representação, mas é sempre a mesma pessoa por baixo da roupa. Da mesma maneira, o perfeito conhecedor de Brahman sempre é Brahman, e nada mais.

7. A renúncia externa não tem muita eficácia. Abdicar do corpo ou do bastão e do pote de água, que são as insígnias de um monge, não significa liberação (moksha). Esta consiste na dissolução do nó do coração, a ignorância primária.

8. Se uma folha cai num rio ou numa encruzilhada, ou até mesmo num lugar santificado por Shiva, que bem ou mal pode causar à árvore? A destruição do corpo é como a queda da folha, flor ou fruto. Não afeta em nada o atman, que é nossa verdadeira natureza. Este sobrevive, como a árvore.

- Shankara (6) -

- Notas do sânscrito (por Wagner Borges):
1. Atman - o espírito; o ser imperecível; a centelha vital do divino; a essência espiritual.
2. Brahman - O Supremo, O Grande Arquiteto Do Universo, Deus, O Amor Maior Que Gera a Vida. Na verdade, O Supremo não é homem ou mulher, mas pura consciência além de toda forma. Por isso, tanto faz chamá-lo de Pai Celestial ou de Mãe Divina. Ele é Pai-Mãe de todos.
3. Sat-Chit-Ananda - Sat: "O Ser" - Chit: "Consciência" - Ananda: "Bem-Aventurança".
É um mantra muito utilizado pelos iogues. Significa que o atman (essência divina, espírito) está consciente e tem a nítida percepção cósmica de que está completamente permeado pela onipresença de Brahman no centro do coração espiritual.
4. Avydia – ignorância.
5. Mantra – palavra oriunda de Manas: Mente; e Tra: Controle. – Literalmente, significa "Controle da mente".
Determinadas palavras evocam uma atmosfera superior que facilita a concentração da mente e a entrada em estados alterados de consciência. Os mantras são palavras dotadas de particular vibração espiritual, sintonizadas com padrões vibracionais elevados. São análogos às palavras-senhas iniciáticas que ligam os iniciados aos planos superiores.
Pode-se dizer que os mantras são as palavras de poder evocativas de energias superiores. Como as palavras são apenas a exteriorização dos pensamentos revestidos de ondas sonoras, pode-se dizer também que os mantras são expressões da própria mente sintonizada em outros planos de manifestação.
6. Shankara: sábio hindu do século 9 d.C. - Autor de um livro clássico do Hinduísmo: “Viveka Chuda Mani”. Também é um dos epítetos do deus Shiva, um dos aspectos da trimurti hinduísta: Brahma – O Criador; Vishnu – O Preservador; e Shiva – O Transformador.
Logo, Shankara é considerado como um dos avatares de Shiva.
Obs.: A tradução literal de Shankara é “Aquele que dispensa bênçãos” – “dispensador de bênçãos”; ou seja, Shiva e, por extensão, os seus avatares.

VIAJANDO ESPIRITUALMENTE NO COLO DO RABI



Ele veio descendo pelo céu cinzento e pesado.
Parecia uma bola de luz varando as nuvens e riscando luminosamente o firmamento escuro.
Quando desceu até o tugúrio, onde eu me encontrava, vi que era um homem dentro daquela luz.
Ele se aproximou sorrindo e eu pude vê-lo de frente.
Sua figura era imponente, como a dos grandes reis, mas, ao mesmo tempo, era simples.
Os seus cabelos balançavam ao vento e sua barba brilhava como ouro.
No entanto, o que mais me impressionou foi a doçura do seu olhar.
Pelos seus grandes olhos castanhos – da cor do mel – irradiava um amor que não sei explicar.
Impressionado, caí de joelhos em frente a Ele e baixei os olhos, com vergonha de que minhas mazelas de dentro fossem vistas.
Então, Ele me disse: “Ergue-te e não temas mais. É hora de tua liberdade!”
Porém, eu não conseguia me erguer, tal era o meu grau de estupefação diante do olhar d’Ele.
Além disso, eu tremia igual vara verde ao sabor do vento, pois, em meio à magnitude do que eu sentia em meu coração, também havia um grande medo de Ele ver a escuridão que habitava em mim.
Eu tremia com as emoções desencontradas.
E Ele, em sua generosidade, chegou mais perto e me pegou no colo, como se eu fosse seu filho pequeno. Tímido, atrevi-me a perguntar-lhe: “O Senhor é o filho de Deus?”
Ele abriu um largo sorriso e me disse: “Sim, eu sou o filho de Deus, e tu também! E todos os seres... Já é passada a hora do teu retorno ao lar. Vem comigo, pois há amigos queridos te esperando para o grande recomeço. Amigo, o teu céu não será mais cinzento. Eu te levarei para a casa do Pai Celestial, onde há muitas moradas.”
E Ele me levou, sem nada perguntar. E, em nenhum instante eu notei qualquer julgamento da parte dele. O que senti foi o seu amor incondicional.
Ele, o amigo dos homens, que me carregou no colo, como seu filho, de volta para casa.
Ele, dos grandes olhos cor de mel e do sorriso generoso.
Ele, Jesus, o Rei dos reis!

(Texto recebido espiritualmente por Wagner Borges - Jundiaí, 22 de abril de 2008).
P.S.: ippb@yahoogrupos.com.br

RECEITA PARA AMAR UMA GORDINHA


Para se amar uma gordinha, antes de mais nada
Faz-se necessário achá-la!
Não, não se acham gordinhas por aí!
Gordinhas são como um vinho muito raro,
Fruto de uma colheita precisa,
No tempo certo,
Da uva perfeita,
Da maturação exata.

Procure, converse com quem sabe,
Peça ajuda a quem tem!
E com toda a calma, achando uma,
Com o coração na mão,
Declare-se apaixonadamente!

Uma vez resolvido este problema,
Trate de aprender algumas coisas:
A diferença entre a sacarose e a sacarina,
Entre um almoço e um lanchinho,
Mas, principalmente,
Aprenda a diferenciar,
O "amor vamos comer uma coisinha!"

Do "amor", vamos fazer uma boquinha!"

Procure não misturar,

O ato com o prato,
O teso com o peso,
O come com a fome,
E trate de viver feliz e em paz!
(Autor: JP Veiga )
P.S.: Recebi por e-mail do Amigo Luiz Chaves. "As "gorduchas" simbolizam mulheres cheias de coisas por dentro, coisas para dar: sensualidade, carícias, ternura - são qualidades que as mulheres têm...ah!!!! meu Deus!!, porque quanto mais conheço as mulheres menos as consigo perceber. A mulher é um ser muito bonito, até consegue ter filhos, coisa que nós não somos capazes.Há toda uma beleza na mulher. Homens e mulheres são seres diferentes, mas a mulher, penso eu, tem algo mais de diferente, e isso é o meu fascínio. Ela tem algo mais que estou a tentar descobrir ..... talvez morra sem conseguir descobrir essa essência que me fascina".

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Graciela


Virgencita, proteje a GRACIELA


Graciela


VALQUÍRIA CORDEIRO


PRODUÇÃO: TEREZINHA IRINEU

JANE ROSSI


PRODUÇÃO: TEREZINHA IRINEU

NENECA


PRODUÇÃO: TEREZINHA IRINEU

Marta Peres e Neneca


Produção: Terezinha irineu

Luiza Caetano


Produção: Terezinha Irineu

Alex Simas


Produção: Terezinha Irineu

Mario Quintana


A vida é o dever que trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas!
Quando de vê, já é 6ª-feira!
Quando se vê, já é natal
Quando se vê, já terminou o ano
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio
Seguiria sempre em frente e iria jogando
pelo caminho a casca dourada e inútil das horas
Seguraria o amor que está a minha frente e
diria que eu o AMO E tem mais:
não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz
A única falta que terá será a desse
tempo que infelizmente, nunca mais voltará.
(M. Quintana)

VALQUÍRIA CORDEIRO


Medo de amar.
Se você quer adentrar meu coração,
Peço-te muito cuidado, então!
Meu coração é sensível e puro,
Por pouco se enche de emoção...
Se você quer ganhar o meu amor,
Vá chegando cuidadoso...
É preciso ser paciente e jeitoso,
Meu coração tem medo de doer.
Pode ser que meu coração,
Fique arredio...
Por isso que te peço, cuidado!
Meu mundo sempre foi vazio...
Tenho medo!
Mas se você sente amor de verdade,
Continue mostrando-se valoroso,
Quando eu me sentir segura,
Deixar-te-ei orgulhoso,
Ao entregar-te o meu amor.
(Valquíria Cordeiro)