Mãe
Na primavera da tua vida, me trouxeste em botão. Flori no canteiro dos teus carinhos, no romeiro da tua singular dedicação.
Abrigado sob o teu amor, cresci ao sol e ao saber da tua imagem. Com a coragem que transmitias, nos olhares que davas ao entender e ao caminhar.
Pelo cunho do teu colo, pela morada nos teus cuidados, os meus acreditados se fizeram em ouros. De ti, os sorrisos largos que me moldaram e me levaram aos felizes protocolos do viver. Fizeram muito ao sentido os teus zelos, os teus apelos.
Agora, na alforria do meu de adulto, com mais lembrança e não presença, reluto por não remanescer em tão perto, em tão rente. Mas, decerto, a cada fim de semana, em carente dos teus abraços que fortalecem e renovam.
Constantemente, me indago aos teus afagos. Temo pelo outono das folhas que caem. Aquelas que fazem dos passos e dos cabelos aos atropelos da idade.
Quando um dia em só estiver, por mais que esse então da saudade fustigue e castigue, em glória de pensamentos, voltarei a ser criança outra vez!
Revivendo o feliz de momentos únicos e distantes. Das amenidades e das atendidas vontades.
Aos muitos pendores perdidos, aos inconfundíveis odores de casa de mãe!
(Arnaldo Massari)
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