quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

LEONILDA SPINA

ROSA AMARELA


Caminhando pelo vale,
eis que me deparo
com uma singela rosa amarela...
- Que rosa é aquela que me olha assim,
com os olhos de pétalas, a sorrir?
Sozinha, ali, à beira da calçada,
naturalmente, com carinho plantada,
parecia dizer-me: “- Bom dia!”,
anunciando a Primavera que se inicia.
Ao retornar, lá estava ela, indagadora,
como a querer dialogar comigo.
Era a única flor da pequena roseira,
mas, com seu carisma, alegrava a rua inteira.
Como emocionou-me a amarela rosa!...
- Será que amanhã ainda estará formosa,
livre, a aspirar o frescor do imenso vale?
Alguém a colherá, ou a verei desfolhada?
Amanhã, bem cedo, ao passar por ali,
vou segredar-lhe baixinho,
que embora a vida lhe seja efêmera
como bolha de sabão, quem a vê
sente paz na alma e alegria no coração,
porque ela simboliza,
através da dourada beleza,
o sublime sorriso de Deus
a iluminar a Natureza!
Dias depois... ela ainda lá estava,
embora um pouco esmaecida,
teimando em viver e festejar a vida!
Não a vi desfolhar, em lento compasso...
Porém... todas as vezes em que ali passo,
sinto saudade do encanto e magia
da singela rosa amarela,
que se tornou: - Rosa-poesia!
(LEONILDA SPINA)

0 comentários: