Trago no peito um coração inconstante;
Frágil, mas altivo como cavaleiro infante!
Esquece fácil que já sofreu grandes dores,
Viveu paixões utópicas e muitos desamores.
Coração destemido qual andarilho errante!
Vaga desvairado nesse mundo ignorante;
Mendigando felicidade e vivenciando horrores!
Volúvel; não guarda raiva, ódio nem dissabores.
Nunca me obedece; sonha e vive a flutuar
Foge de mim disparado e nem sequer sabe voar!
Nutre sonhos e fantasias, esse coração,
Mas não se deixa acorrentar-se: Odeia prisão!
Menino inconsequente a sorrir e sonhar!
Atrever-se ainda, teimosamente, a amar.
Louco tu, poeta; que tenta decifra-lo em vão.
Inspiração insana!... Deixe em paz meu coração!
(Ginna Gaiotti)
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