domingo, 27 de janeiro de 2008

ENTRE O ETERNO E O ABISMO


O renascer da águia dói, rasgando a nuvem-véu.
Solidão sempre é maior; maior o contratempo,
quanto mais perto o céu.
A dor não reconhece o tempo
indiferente à fina agulha
que fere o peito da águia.
Vale a pena renascer?
Luzes abraçam vales no alvorecer,
abraçam riachos e a ninpha nua. Fumaça brilha
branca nas chaminés. Amantes voam estrelas em brasas
no orgasmo onírico. E a águia exilada, em fadiga,
entre o eterno e o abismo, quer renascer em asas.
Dor nubla o sonho. Nuvens de seda e baunilha
sussurram em perfumada brisa – Sê forte amiga!
(BÁRBARA LIA)

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