terça-feira, 29 de janeiro de 2008

POEMA NA GARRAFA


Compor mais um verso
Na canção do dia.
Aqui e agora,
Essa agonia – única festa
No palco do meu corpo.


Ouço.
Tateio a tua ausência,
Devoro braços, bocas,
Consciências,
Eu morro.
Estamos enredados
No mesmo impossível abraço.


Eu sinto esse furor,
As ondas se levantam,
E a vida se derrama no oceano,
Futuro líquido,
Mar de promessas e sargaços.


Selo um beijo entre os dedos,
Poemas enfiados em mil garrafas
Bóiam eternos.
Levam-me em segredos,
Aos pedaços,
Náufraga,
Sobrevivente
Entre terra e água.
(Isabor Navarro)

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