sexta-feira, 6 de junho de 2008

Oswaldo Antônio Begiato


PROCRIAÇÃO
Quero-te na tua mais livre
profundidade
Palmilhando as minhas mais insensatas
superfícies
Como se eu fosse um prato raso
Com o ventre repleto de desejos tenros.
Quero-te na tua mais fraterna
lógica
Defendendo as minhas mais insensíveis
demências
Como se eu fosse uma rua estreita
Com o ventre repleto de paralelepípedos turvos.
Quero-te na tua mais igual
exatidão
Inventariando as minhas mais insanas
incoerências
Como se eu fosse um ponto cego
Com o ventre repleto de brotos ternos.
Quero-te, sobretudo, na tua mais pródiga
fecundidade
Alimentando as minhas mais inservíveis
esterilidades
Como se eu fosse tua filha bastarda
Com o ventre repleto de promessas toscas.
(Oswaldo Antônio Begiato)

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