sexta-feira, 6 de junho de 2008

Álvaro Guimarães


À meia-noite despeço-me do mundo
e corro a abrir a porta dos meus sonhos.
Às vezes, com a pressa, deixo cair
na escada um sapatinho.
Quando de manhã alguém mo traz,
dizendo
"deixas o sapato em qualquer lado",
volto a calçá-lo,
distraidamente,
e vou ficando,
outra vez,
desencantado.
(Álvaro Guimarães)

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