A IDADE DAS BORBOLETAS
Vais pela vida qual frágil borboleta,
Mal liberta do casulo as tuas asas,
Anda a beijar as flores do caminho,
E, se no alto, espreitas nossas casas.
Responde o vento, sutil, ao teu apelo,
Igual a ti, esse andarilho folgazão,
Sopra a fumaça, voando pelos ares,
Para te dar toda a amplitude de visão.
Alças ao céu, qual tênue folha ao vento,
És tão ligeira, tão fútil, tão criança...
Flutuam leves, tuas asas coloridas,
Parecem acesas... círios de esperança.
De repente um vôo, tangido de mistério,
Um clarão no céu, um rastro colorido...
Um sopro apenas é capaz de te levar,
Além fronteiras, onde nunca tinhas ido.
Mil outras borboletas, vêm, num rodopio,
Asas brilhando, refulgindo ao sol.
Nuvens etéreas, confundem nossos olhos,
A planar com graça, beijam o girassol.
Se entre as flores, se sentem soberanas,
Tocando as pétalas, suaves, nos jardins,
Após beijá-las, num ato apaixonado,
Se perdem no infinito, longe... nos confins...
(Mírian Warttusch)
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