Romeiro da ansiedade, em lágrimas avanças,
A estrada é solidão enquanto a luz declina,
Esbravejam bulcões na tela vespertina,
Faz-se a noite aguaceiro em súbitas mudanças!...
Nem estrelas no céu, nem lar nas vizinhanças,
Mais granizo a descer, mais sombra, mais neblina...
A tempestade ruge, o caos troa e domina,
A calhaus e marnéis mais trôpego te lanças!...
Não temas! Segue e vence a lúrida procela,
Não procures saber se o frio te enregela,
Nem te prendas ao fel da senda atormentada...
Resguarda-te na fé! Sofre, luta, porfia!...
Renascerá da treva a bênção de outro dia
Nos caminhos de sol da nova madrugada.
(Alceu Wamost)
sábado, 23 de fevereiro de 2008
PÁGINA AO HOMEM
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