Envoltos
pelas áridas
avenidas
da solidão
os desabrigados
da civilização
estendem
o manto do desencanto
e do infortúnio
sob as fachadas
de bruma
Pressentindo
outros vultos
rondando
as geométricas
esquinas
do gelo
eles aquecem
e esquecem
o seu franzino
corpo
nas labaredas dos livros
É com a sua
inflamável
matéria
e sedento
volume
que eles
desfolham as caves da
memória
e decifram
o brilho
do lume
Rodopiando
sob as suas
cabeças
as faúlhas dos poetas
evolam-se
etéreas
acendendo
o ventre
da noite
Embriagados
de sono
e de sombras
há quem nelas vislumbre
a face das estrelas
(Poema V. Solteiro, 01/02/08)
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