terça-feira, 20 de maio de 2008

Marta Peres


A Casa – 6
Sai apressada do hotel onde estávamos hospedados
meus amigos e eu, algo me impeliu para fora,
não consegui avisar Thelma companheira de quarto,
cega mas com passos marcados no rumo certo, caminhei.

Algo fazia com que fosse para os lados da colina,
ímpeto, talvez, entrei no carro como automata
quando dei por mim já havia chegado do lado contrário,
que me sugeria qualquer coisa familiar.

Quando o carro parou senti-me acordar de um torpor,
havia estacionado bem debaixo de uma grande árovore,
galhos compridos, espessos e copada, chamou-me
a atenção pelo tronco roliço.
A visão era maravilhosa, o céu parecia muito próximo
dando a impressão que se eu desejasse poderia tocar
as nuvens, brincar com elas nas mãos, chutar algumas
apenas para vê-las se moverem nos céus.

Atônita pela beleza da natureza não ousei sair do carro,
meus olhos pregaram no grande tronco da árvore
como se estivessem a recordar.
(Marta Peres)

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