terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Fanatismo


Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver !
Não és sequer a razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida !

Não vejo nada assim enlouquecida ...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida !

"Tudo no mundo é frágil, tudo passa ..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim !
E, olhos
postos em ti, digo de rastros :
"Ah ! Podem voar mundos, morrer astros,

Que tu és como Deus :
Princípio e Fim ! ..."
(Florbela Espanca)






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