sábado, 12 de janeiro de 2008


Soneto da Chuva
As nuvens passeando frente a tarde,
De negro o céu pintando com brandura,
Já caem primeiros pingos desta cura,
Aos poucos vem chegando sem alarde.
Lá fora ouço o som de tantas gotas,
Que juntas, elas molham a calçada,
Eu olho pra janela e dou risada,
Será que molhariam sendo poucas?
Percebo neste louco devaneio,
Que água, sendo muita, é o oposto,
De tudo o que mais gosto e o que odeio:
Eu devo admitir, a contragosto,
Molhando esta minha alma, ela me veio,
Bem pouca, a cair deste meu rosto.
(LUPO)

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