Pavimentar
Soprei sementes de avencas no deserto,
Trancei longos fios de algodão ao certo,
Sou signos e sinais quando planto ou conserto.
Ventou, choveu, e o dia morreu.
Sonhei bolhas de sabão pelo céu,
Abracei meu amor debaixo do véu,
Esfriou, encolhi, Meu corpo mornou.
Plantei Pês de Ipês no duro asfalto
Vi suas raízes gritarem de sede ao assalto
Do calor queimando seus murchos brotos
Quebrei minha alma em soluços remotos.
Colei céticas folhas riscadas de lápis azuis
Na tela da televisão em black-out, conclui,
Imaginei outras razões em seqüelas de uis,
Não quero ver mais o tele-jornal, isso rui, fui.
Encerei o carro, o chão, limpei os vidros,
Vi sempre o reflexo desconexo nos hidros
Dos meus suores á luz solar ofuscante,
Encerrei, permaneci intacto, marcante.
(AD)





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