segunda-feira, 31 de março de 2008

A. ESTEBANEZ


BURACO NEGRO
Ser meu amor e amante
ser volúpias de meu ser
ser o lado mais distante
de meus lados de viver.
Ser o morto ainda vivo
e estar vivo sem querer
o querer morrer cativo
sem ser preciso morrer.
Ser operários sem lida
os contrários do galo
peno vão do meio da vida
ou na beirada da morte.
Buraco negro do amor
sem nenhum alvorecer
como a flor a flor a flor
de Hiroshima renascer.
Ser esse fundo do poço
um chão seco de jardim
até que o meu alvoroço
não suporte nem a mim...
(A. Estebanez)
(Falado em 21/03/2008 no Calçadão de Ipanema
em encontro de escritores do grupo
Alma de Poeta do Rio de Janeiro)

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