segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

A. ESTEBANEZ

Eu vou

Se for preciso reinventar
a vida e me fazer de conta
retomar a alma já pronta
de onde nada mais restou...
Eu vou!
Se for preciso restaurar

a dor e me doer de novo
no cio ardente e copioso
do mal ausente que ficou...
Eu vou!
Se for preciso reanimar

a luz extinta no crepúsculo
imponderável do minúsculo
grão de areia que se apagou...
Eu vou!
Se for preciso reciclar

o charco por mero martírio
que por razão ou por delírio
o lírio diga por quem sou...
Eu vou!
Se for preciso reinventar

o amor numa paixão suicida
e reencontrá-la além da vida
na lida que a paixão deixou...
Eu vou!
(A. Estebanez)

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