Meu ser doarei
Para transplante,
Minha alma,
Para algum meliante,
Meus órgãos, não!
A carne é fraca
E meu ego diletante.
De resto, doarei
Meu ócio
A algum anjo presente
Nos céus ou infernos
Varridos pelos videntes.
Meu bom (e mau) caráter
Que sirva como éter,
Assim como as lembranças
Do que sou, fiz e nunca fui
Fluam como lambanças.
Assim, nem queixas,
Nem querenças irão
Macular este vão
Legado que vos deixo.
(G. Vieira)
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