domingo, 27 de janeiro de 2008

CAMILA


Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo. Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada, ninguém a rouba mais de mim.
(Carlos Drumond de Andrade)

0 comentários: