domingo, 7 de fevereiro de 2010

VISÕES


VISÕES

“ora direis, ouvir estrelas" (Olavo Bilac)

No céu pintado em carbono-grafite,
Pela fumaça vinda da olaria.
A lua chega lerda... tisica... fria...
Como lá na gruta uma estalagmite.

E meu olhar atento tudo assiste.
O desenrolar da cena que cria.
Uma atmosfera de ampla letargia.
Deixando a noite imensamente triste.

A noite avança... a fábrica pára...
Esvai-se a fumaça como por encanto
Já não há mais nuvens pela noite clara.

Indica plenilunio as folhas do Almanaque.
Das estrelas tento ouvir o canto
Porém eu não tenho o dom de Bilac.
(Jenário de Fátima)

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