quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Antônio Poeta


Reconciliar

Verdade que as brigas
não aquecem o amar,
como incita o dito popular.
Todo conflito é traumático,
perverso e desgastante.
Todavia, como saborear
o quitute do reconciliar,
se a dupla não brigar?
A reconciliação nos leva
à contemporização,
à sensata reavaliação.
É o momento do lamento,
de se auto-penalizar,
de se admitir culpado,
mas jamais de culpar.
È o estágio das juras
de se reformarem
e de novos tratados
a se consumarem.
Enfim, é o evento
de se conscientizarem
e de se confessarem,
que não são nada,
enquanto separados.
É o pico do amor; do tesão;
o suor na face; na mão;
o medo de ser rejeitado;
preterido; esquecido;
por fim, posto de lado.
É mais emocionante que a
primeira vez, quando pedimos
para ficar. É o medo da perda
tão eminente e alucinante,
é adrenalina constante...
Até o ansiado momento,
em que o outro nos diz:
Tá bom, pra mim também,
você é a coisa mais importante,
e ainda, a que mais me faz feliz!
(Antônio Poeta)

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