terça-feira, 5 de agosto de 2008

Oswaldo Antônio Begiato


BRISA DO TEMPO

Primeiro era um banco
Frente ao mar calmo.
Sentados nele, calmos,
Dois marinheiros,
Que dividiam a mesma alma,
Falavam de amores passados
Que nunca passaram.

O mais velho tinha um porto em cada amor,
O mais moço tinha um amor em cada porto.

Havia neles uma solidão
Que o mar não continha.

No dia seguinte era um banco
Impregnado de vazios,
E um navio à procura de um porto
Que pudesse lhes conter a alma.

(Oswaldo Antônio Begiato)

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