quarta-feira, 4 de junho de 2008

Almas Paralelas


Almas Paralelas
Alma irmã de minha alma
Espelho vivo de outro espelho fiel que te retrata
Alma de luz, serena e intemerada
Cujo refluxo de amor, me tem cativo!
Bem sinto, que em mim vives e em ti vivo,
No entanto, eis o desgosto que me mata
Do amor, de doce vaga me arrebata
E não posso atingir teu vulto esquivo
O mesmo curso tem nossos destinos
Do gozo o mel, da dor os desatinos
A um nada inspiram, sem que ao outro inspirem
Mas triste sorte, ó bela entre as mais belas!
Eles são como duas linhas paralelas
Próximos a correrem,
Sem jamais se unirem!...
(Augusto Lima – 1860-1934)

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