terça-feira, 10 de junho de 2008

Edgar Radins


Corpo
que se defaz
aos poucos
morro
um pouco
em cada
entardecer.
Gosto
amargo na boca
insensato
te sorvo
em longos goles.
Escapa
aos poucos
de minhas mãos.
Lucidez
outrora presentes
e esconde
longe
num vai e vem
de lembranças
que já não encontro mais.
Procura
incessante
de algo que não percebo
misturo e reciclo
fragmentos
que nem sei
mais se são meus.
Coração
pulsante que sangra
marcado em seus cantos
pelos desejos
perdidos
da lembrança
quando era seu.
Pergunto
respondo
esqueço
recomeço
e aí
vem tudo outra vez.
Nasci
meu vulto
aos poucos
se mostra
me calo
e espero
um novo amanhecer.
(Edgar Radins)

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