domingo, 1 de junho de 2008

Devagar... divago!


Devagar... divago!

Devagar fico a Divagar.
E alguém divaga com pressa?
— Mulheres apaixonadas!
Ele é vinho.
Um legítimo Bordeaux.
Guardado nas adegas
de Deus.
Sinto o bouquet.
Divago.
—Sorvê-lo-ia devagar.
Ele é quadro.
Um raro Degas!
Aprecio o jogo de cores
as nuances e devagar arrisco um lance.
Divago.
—Será que está ao meu alcance?
Ele é som.
É o meu Tom.
Ouço devagar!
Dou replay.
Divago.
— Chegou a minha vez?
Imploro ao São Jobim
que interceda por mim.
—Faça com que meu amor...
Diga sim!
O padroeiro da paixão
jobiniando em meus ouvidos...
Divaga: — É tua a vaga.
(Rosa Pena)

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