domingo, 1 de junho de 2008

Coração lanceado


Coração lanceado

Sem força, sufocado, arremessado,
Hora na voragem, hora ao firmamento,
Ouvindo frenesi e som violento
do austero boreal, com porte irado;
fragelada a alma, o coração lanceado,
que foi apunhalado pela afiada lança,
açor cruel, como duma lenda antiga,
afiadas garras o coração atravessado;
banhado em sangue, um amor arrebatado,
impiedosa fraga de frente dos gemidos,
sublima-se diante dos meus ouvidos...
Tu já desfrutaste dos meus sentidos,
Não tornarás nunca mais a ver-me
E a este irônico destino sem sentidos.
(Efigênia Coutinho)

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