quarta-feira, 4 de junho de 2008

BRASIL CONTRA A PEDOFILIA



ABUSO SEXUAL — UM PROBLEMA MUNDIAL

Em 2006, o secretário-geral das Nações Unidas transmitiu à Assembléia Geral da ONU um relatório mundial sobre a violência contra crianças, preparado por um especialista independente para a ONU. De acordo com o relatório, estima-se que, num ano recente, 150 milhões de meninas e 73 milhões de meninos abaixo de 18 anos foram “forçados a manter relações sexuais ou sofreram outras formas de violência sexual”. Esses números são surpreendentes, mas o relatório declara: “Sem dúvida, esse cálculo é subestimado.” Uma análise cuidadosa de pesquisas feitas em 21 países indicou que, em certos lugares, até 36% das mulheres e 29% dos homens haviam sido vítimas de alguma forma de abuso sexual na infância.
Por alguns minutos eu fiquei olhando para tela vazia do computador antes de começar a escrever a primeira linha. Como abordar esse assunto? Um assunto tão sério como tantos outros, mas esse, além de ser tão sério me causa náuseas. Como falar sobre isso? Quando penso sobre pedofilia, leio ou assisto pela tv alguma notícia é inevitável não pensar – E se fosse com meu filho? Nesse instante eu confesso que perco totalmente a razão e desejo com todas as minhas forças que o pedófilo morra da pior maneira possível. A pedofilia é tão repugnante que às vezes parece que é coisa inventada, que isso não existe. Quem dera a pedofilia fosse apenas um capitulo de uma história macabra, mas infelizmente esse mal existe e está cada vez mais presente na sociedade atual.
Quando pensamos numa criança de imediato associamos a sua imagem à inocência, alegria, sinceridade, ternura e perfeição. Como é doce a vida quando recebemos um abraço ou um sorriso infantil. É como se, em cada uma delas Deus quisesse renovar as nossas esperanças. A criança é a personificação de um mundo belo que desejamos voltar a ver e como pode alguém desrespeitar esse ser que precisa da nossa proteção e ajuda e ainda sentir prazer com isso???
O pedófilo é uma pessoa doente? É um ser imoral ou é o reflexo dos maus tratos na infância? Que caminhos uma pessoa trilha até se transformar num pedófilo? O fato é que todo comportamento humano por mais que seja estudado minuciosamente ainda tem lacunas que jamais serão decodificadas. O lobo mau da história da Chapeuzinho Vermelho não se veste mais de lobo, então como proteger nossos filhos?
Conversando: Os pais precisam conversar com os filhos sobre todos os assuntos. É inconcebível que hoje em dia ainda existam pais com “vergonha” de falar com as crianças sobre sexo. Tenha em mente que uma criança que não sabe nada sobre a vida se torna um alvo fácil para os pedófilos. O diálogo aberto e franco entre pais e filhos poderá evitar que um abuso aconteça. A criança precisa entender desde cedo o quanto seu corpo é especial e que não pode ser usado como um brinquedo para um adulto brincar. O ambiente familiar deve ser de confiança, só assim a criança conseguirá contar se algum “fato estranho” ocorrer.
Observando: Os pais precisam observar seus filhos com paciência enquanto eles se relacionam com outras crianças e com o mundo. Algumas crianças quando abusadas dão claros sinais que há algo errado – agressividade, medo anormal de ficar sozinho ou com alguma pessoa em especial, voltar a urinar na cama, ter crises de choro, mas infelizmente os sinais nem sempre são percebidos porque os pais estão ocupados demais, perderam a percepção ou nunca a desenvolveram.
Participando: Os pais devem participar das atividades dos filhos. Onde eles estão? Com quem? Fazendo o que? Pode parecer super proteção, mas é necessário que os pais conheçam os amiguinhos dos filhos. Nada de deixar as crianças na rua ou na casa dos amiguinhos por horas e horas seguidas. Todo cuidado é pouco. Participe das reuniões escolares, leve ou busque os filhos na escola algumas vezes e procure conhecer os pais dos coleguinhas.
Desconfiando: É claro que não devemos desconfiar de todos os adultos que cercam nossos filhos e achar que todos podem ser pedófilos em potencial, mas um olhar mais atento sobre certos comportamentos com certeza pode evitar futuros abusos. Em quase 90% dos casos o abusador é alguém de confiança da criança, ou seja, algum conhecido da família, parente ou os próprios pais.
Na minha cidade há pouco tempo foi preso um engenheiro e professor de uma academia de ginástica acusado de pedofilia. Ele fazia parte de uma rede mundial de pedófilos, recebia e enviava fotos de abusos com crianças, algumas crianças eram filhos dos vizinhos e alunos na academia.
“Ele era um professor competente e dedicado. Dificilmente dá para acreditar que ele fosse ligado à pedofilia” - disse o dono da academia onde ele trabalhava.
Os pedófilos primeiro escolhem sua “presa”. Eles preferem as crianças que julgam como as mais fáceis. Geralmente as mais “bobinhas”. Depois iniciam um jogo de sedução. Eles têm estratégias de sedução, persuasão e coação. Quando enfim conseguem abusar da criança, partem para segunda etapa que é fazer com que a criança não conte a ninguém. Infelizmente a criança pode sofrer abusos durante anos até que alguém descubra ou até que vire adulto que poderá apresentar problemas ou repetirá o abuso com outras crianças ou com os próprios filhos.
O pedófilo não tem cara, não tem condição social, não tem raça ou credo. Essa espécie pode aparecer em qualquer rua, esquina, igreja, escola, shopping, zoológico ou dentro de casa, ele pode ser um amigo da família, um professor, padre, pastor, pode ser um pai amoroso, pode ser um pedreiro, advogado, pode ser qualquer um, cabe aos pais o dever de proteger seus filhos. A criança não consente o ato sexual, ela é levada a cometê-lo e um adulto que abusa de uma criança é culpado e deve ser preso.

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