quarta-feira, 14 de maio de 2008

RODA GIGANTE


Vê as luzes coloridas piscando naquela roda-gigante
e tonto de vida crê até mesmo que voa o amarelado corcel,
tão alto e quão distante se encontra o roto inocente destes arpéus,
na roda da vida que grita a morte do humilde ambulante.

Sabe-se lá, se o parque diverte ou se entristece este pobre cão,
farrapo distraído, é somente resto embalado em sujo jornal.
Gigantes não rodam, pisoteiam no charco de um estranho animal,
... tiros ao alvo, e na mira, as mãos decepam o jugo da diversão.
Vira, veremos, virão sem ver a roda que gira sempre só,
os ventos dizimam o piscar nas seqüelas de quem viu um olhar,
na mortalha de folhas naufragando distantes, assim, sem ló.
Regira tal caleidoscópio quebrado tentando continuar
na roda-gigante ou no corcel que sangra a sina, ai que dó...
A volta acaba na ferrugem da alma que faz a roda parar!
(Sandra Ravanini)

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