terça-feira, 6 de maio de 2008

António Simões



quando sinto a poesia
dentro do corpo
é que sei
que não estou morto -
Sob as pálpebras,
no rosto,
entre os dedos,
as palavras,
como crisálidas adormecidas,
esperam,
trêmulas,
as asas que as desprendam -
as asas que tu lhes trazes! -
Pois é só quando chegas
e me beijas o corpo,
verso a verso,
e o lês como se lê um livro,
que elas se liberta
me eu sei que estou vivo -
E vou
e vôo
em cada palavra
ao encontro de tia
o encontro de mim
no corpo do poema.
(António Simões, "Versos Antigos")

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