quarta-feira, 9 de abril de 2008

Sob o fio da navalha...


Poeta finge ser caçador
Um palhaço invertido
Um catador de sonhos
Arranca presumido
Os estilhaços de sua dor
Pele apertada na alma
Explora as letras
Fluídas como cometas
Ao sair de suas mãos...
Rega dores
Fala dos falsos amores
Abaixo de um sol cego.
Cintila uma lua surda
Destila suas mágoas
Num oceano de escuridão...
Na magra inspiração
O céu fecha-se em solidão
Procura no som das águas
Um vinco lúcido da razão.
É dualista
Poeta...realista
Profeta em cada nova imersão.
Laico, itinerante
Tão brilhante
Como um mosaico de emoção...
Na textura das suas palavras
Aponta como as nuvens fugiram
Quais caminhos o vento seguiu
Atrás de quais carinhos...
Como o porte
Entre o romântico e o sensual
Surgiram
No tênue corte
Da poesia que entalha
Sob o suave fio da sua navalha...
(Enise)

0 comentários: