quinta-feira, 10 de abril de 2008

Fernando Pessoa


Deve chamar-se tristeza

Isto que não sei que seja
Que me inquieta sem surpresa
Saudade que não deseja.


Sim, tristeza - mas aquela
Que nasce de conhecer
Que ao longe está uma estrela
E ao perto está não a Ter.


Seja o que for, é o que tenho.
Tudo mais é tudo só.
E eu deixo ir o pó que apanho
De entre as mãos ricas de pó.
(Fernando Pessoa)

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