terça-feira, 8 de abril de 2008

ENAMORADA


O Irapuru
Dizem que o irapuru, quando desata
A voz - Orfeu do seringal tranqüilo -
O passaredo, rápido, a segui-lo,
Em derredor agrupa-se na mata.
Quando o canto, veloz, muda em cascata,
Tudo se queda, comovido, a ouvi-lo:
O canoro sabiá susta a sonata,
O canário sutil cessa o pipilo.
Eu próprio sei quanto esse canto é suave;
O que, porém, me faz cismar bem fundo
Não é, por si, o alto poder dessa ave:
O que mais no fenômeno me espanta,
É ainda existir um pássaro no mundo
Que se fique a escutar quando outro canta!
(Humberto de Campos)

1 comentários:

Anônimo disse...

Graciela, você me remeteu a infância. Este soneto,uirapuru, cheguei a declamar num dos dias festivos da Escola Primária. Podemos contar meio século. Lindo seu blog, mostrei a minha filha que também se chama Graciela.
Vou visitar mais vezes o seu Blog.
Quando puder visite " Cidade das Esmeraldas".
Continue viajando e espalhando a beleza da poesia. Abraços, Jailda