quarta-feira, 9 de abril de 2008

CILMARA


Eis que temos aqui a Poesia,
a grande Poesia.
Que não oferece signos,
nem linguagem específica,
não respeita
sequer os limites do idioma.
Ela flui, como um rio.
Como o sangue nas artérias.
Tão espontânea que nem se sabe como foi escrita.
E ao mesmo tempo tão elaborada.
Feito uma flor na sua perfeição minuciosa,
um cristal que se arranca da terra,
já dentro da geometria impecável
da sua lapidação.
(Rachel de Queiroz)

0 comentários: