quarta-feira, 5 de março de 2008

MARY

COPACABANA

Copacabana,
loba solitária,
prostituta noturna,
depositário de noctívagos;

Copacabana,
micro cidade dentro da cidade:
a droga, o crack, a ebulição das loucuras,
o eterno vai-e-vem do tráfego e do tráfico,
a feirinha de artesanato a vender confetes para o primeiro
mundo no carnaval.

A cidade que não dorme dentro da cidade que adormece
para o mar e a natureza,
o martírio dos desesperados a se largarem pelas calçadas.

Copacabana,
o sorriso dos turistas e o passeio da malandragem,
Copacabana,
o cinema poeirinha,
o hotel cinco estrelas e a favela sem saneamento.

Copacabana,
o frenético sexo entre as esquinas e nas estalagens,
o paraíso,
o delírio,
o palco e o declínio
dos marginais.

(VERÔNICA DE ARAGÃO)

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