quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

MEU PÉ DIREITO

As vozes que escuto são frias
e geladas como o sangue que desliza
pelos poros e peles agora.
Há dias voltei pro útero da minha mãe
Assustada, esperei a dor passar
mas ela não passa,
internamente me dilacera.

Vivo me quebrando...
Quebro a perna, quebro o pé, quebro a cara também.
A perna me imobiliza, o pé me paralisa, mas eu enfaixo
A cara não...
A cara não se enfaixa, se expõe a cicatriz
e acumula novas.
E vão ficando terrivelmente distantes de tão perto
as coisas que ainda planejo fazer
entre devaneios de whisky e algum prazer.
Então engessada, enfaixada, quebrada
resolvo começar meu livro
Capítulo Um, título,
"Onde será que perdi a engrenagem da vida?"
(Adriana Monteiro de Barros)

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